Economistas do mercado financeiro apostam em queda de 6,25% no PIB

Na semana passada, o IBGE divulgou queda de 1,4% na produção nacional no primeiro trimestre, em comparação com os últimos meses de 2019

Na esteira dos dados mais recentes de atividade, os economistas do mercado financeiro cortaram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (1º), a expectativa para a economia este ano passou de retração de 5,89% para queda de 6 25%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 3,76%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%.

Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB recuou 1,4% no primeiro trimestre de 2020, ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 0,1%.

No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 3,68% para queda de 3,59%. Há um mês, estava em baixa de 2,75%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,50%, ante 3,00% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 64,05% para 64,28%. Há um mês, estava em 62,10%. Para 2021, a expectativa seguiu em 65,20%, ante 64,98% de um mês atrás.

Déficit primário

O Relatório de Mercado Focus trouxe manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 8,00%. No caso de 2021, permaneceu em 2,06%. Há um mês, os porcentuais estavam em 7,20% e 1,90%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 12 00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, seguiu em 6,00%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 11,30% e 5,70%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 45,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 42,00 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 45,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 42,00 bilhões.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 permaneceu em déficit de US$ 28,10 bilhões, ante US$ 38,00 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo seguiu em US$ 38,40 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 44,00 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 65,00 bilhões para US$ 64,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 70,00 bilhões. Para 2021, a expectativa passou de US$ 76,00 bilhões para US$ 75,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês antes.