Fazer pão de fermentação natural em casa é tendência na quarentena

Cresce a procura por pães de levain de pequenos produtores e também por insumos para quem quer por a mão na massa. Nos “EUA fenômeno já é chamado de “baking boom”

No típico cenário “fuja para as montanhas”, a cozinha virou a montanha da casa dos brasileiros. Um lugar de alívio da ansiedade. E nada como uma bela sovada de pão para diminuir o stress.

Parece até que as pessoas começaram a entender só agora que é possível e saudável produzir pães de fermentação lenta (conhecidos como pães de levain ou sourdough) no conforto do lar.

Nos Estados Unidos, o fenômeno já está sendo chamado de “baking boom” (traduzindo:  uma explosão de gente que vai pra frente do forno).
Conhecido como a bíblia dos pães caseiros, o livro do chef Dan Lepard, “The Handmade Loaf”,  foi parar entre os destaques de vendas da Amazon. Esta semana, inclusive, entre os cinco best-sellers de culinária da loja virtual, dois eram sobre como assar pães. 
Dá trabalho fazer em casa uma massa de fermentação natural, mas se você tem tempo de sobra na quarentena, vale à pena se arriscar.

Pão de levain – o que é?

Vamos primeiro explicar o que é, de onde vem, como vive, do que se alimenta e como se reproduz esse tal de levain. Levain é o fermento natural (formado a partir de leveduras e lactobacilos vivos) usado na fabricação daqueles pães bonitos, cheirosos, de casca durinha, interior aerado e firme ao mesmo tempo. E ele nasce da mistura de farinha e água (mineral de preferência, se não tiver, ferva água filtrada). É um bicho, de verdade, que você tem que alimentar diariamente com mais farinha e água até que ele vire um monstrinho gosmento e que você tenha o suficiente para fazer um pão pra você e sua família. Tem gente que empresta levain, pra pessoa não ter que começar do zero, porque esse processo leva cerca de sete dias.

Procura alta 

E a farinha virou artigo requisitado nas lojas especializadas. Esta colunista foi ao empório da Korin esta semana, loja de orgânicos e encontrou tudo: polvilho, farinha de mandioca, de milho até de sorgo, menos a farinha branca e o fermento biológico que tanto queria. “Parece que tá todo mundo fazendo pão e bolo nessa quarentena”, disse a atendente.