Coronavírus faz cinemas do Brasil não terem estreias pela 1ª vez

Várias salas já foram fechadas para evitar a proliferação do vírus e, mesmos a que seguem abertas, estão com baixa de público

Pela primeira vez, os cinemas brasileiros não terão nenhuma estreia na semana. O fato inédito no país é em razão da epidemia de coronavírus, já que é recomendado que a população evite o contato social, sobretudo lugares fechados e aglomerações. Entre as produções que deveriam entrar em cartaz nesta quinta-feira (19) estavam Um Lugar Silencioso – Parte 2 e Tel Aviv Em Chamas, eleito o melhor filme estrangeiro no Oscar 2020.

Muitas redes, inclusive, anunciaram o fechamento das salas. É o caso do Espaço Itaú de Cinema e da Kinoplex. Outras seguem abertas e, apesar de adotarem medidas extras de limpeza, a presença do público já não é tão certa.

É o caso de Maria Morales. Estudante de jornalismo pela PUC-SP, ela parou de ir aos cinemas no dia 7 de março. Maria descobriu um linfoma em 2019 e havia terminado a quimioterapia em fevereiro deste ano. “Parei de ir quando a OMS classificou o coronavírus como pandemia. Como eu sou paciente oncológica – tinha exatamente um mês da minha última quimioterapia quando declararam – eu ainda faço parte do grupo de risco por conta da imunidade. Foi aí que percebi que não poderia mais fazer um monte de coisa”, contou.

A estudante também entregou que descobrir a notícia foi “péssimo”. “Fiquei superchateada porque eu tinha acabado de ser liberada para a vida fora da quarentena e vi a quarentena voltando para minha vida. Na hora, confesso que nem me toquei do lance do cinema. Foi quando li uma notícia que, no Rio de Janeiro estavam fechando as salas, que entendi o que estava acontecendo”, disse.

Para quem ainda vai aos filmes, o cenário pode ser sempre surpreendente. Dora Faria, estudante de economia na USP (Universidade de São Paulo), foi com o namorado no Shopping Eldorado, em São Paulo, no domingo (16), assistir Parasita. “Tinham exatamente quatro pessoas na nossa sessão”, contou.

Situação parecida encontrou o funcionário público Guilherme Bloisi um dia antes para ver Sonic. “Estava muito vazio. Tinham algumas pessoas, mas de longe, não parecia uma movimentação de um shopping ou de um cinema no sábado”, contou.

Já a analista de mercado Marcella Antunes teve uma surpresa. Na sexta-feira (13), foi com o namorado ao Shopping Market Place, em São Paulo. “Quando fui comprar o ingresso, tinham seis assentos vendidos, contando comigo e meu namorado. De repente, a sala encheu de gente.”