EUA sobem tom e acusam Rússia de ‘crimes contra a humanidade’ pela primeira vez

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou ter comprovado casos de execução sumária, tortura, estupro e sequestro por parte das forças russas na Ucrânia.

Os Estados Unidos subiram o tom contra a Rússia neste sábado (18) e, pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, acusaram abertamente o governo de Vladimir Putin de ter cometido crimes contra a humanidade no país vizinho.

A afirmação, inédita, foi feita pela vice-presidente dos EUA, Kamala Harris , durante a Conferência de Segurança de Munique, encontro que reúne dezenas de chefes de governo na cidade alemã neste fim de semana.

“Examinamos as provas, conhecemos as normas legais e não há dúvida de que se trata de crimes contra a humanidade”, disse.

Para comprovar sua tese, Harris citou os seguintes casos, que segundo Washington, foram cometidos por militares russos na Ucrânia:

  • Execuções sumárias;
  • Tortura;
  • Estupro;
  • “Transferência” de centenas de milhares de civis ucranianos para a Rússia, sem o consentimento deles.

“Afirmo a todos os que perpetraram esses crimes e a seus superiores ou cúmplices: vocês responderão por eles”, acrescentou Kamala Harris.

O Kremlin ainda não havia respondido às acusações até a última atualização desta notícia.

Esta foi a primeira vez que os Estados Unidos acusam abertamente a Rússia de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia desde a invasão russa, que completa um ano na semana que vem.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discursa na conferência de segurança de Munique, na Alemanha, em 18 de fevereiro de 2023.  — Foto: Michael Probst/ AP

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discursa na conferência de segurança de Munique, na Alemanha, em 18 de fevereiro de 2023. — Foto: Michael Probst/ AP

A fala indica um movimento mais agressivo de Washington na guerra. Há meses, representantes do governo russo vêm alertado de uma interferência do Ocidente, encabeçada pelos EUA, e ameaça retaliações.