ONU liga alerta sobre saúde pública ao projetar mundo com mais idosos do que crianças em 30 anos

Mudança do perfil demográfico exige políticas públicas voltadas às necessidades que pessoas mais velhas podem enfrentar

No mesmo relatório em que apresentou a marca de 8 bilhões de pessoas no planeta, a ONU (Organização das Nações Unidas) também chamou atenção para um ponto específico: o envelhecimento da população. 

O World Population Prospects 2022, levantamento anual feito pela ONU, estima que, apesar de a população mundial ter levado 12 anos para crescer de 7 para 8 bilhões de pessoas, em 2030 o globo atingirá a marca de 8,5 bilhões de habitantes. Em 2080, esse número pode chegar a 10,4 bilhões.

Durante esse período, o número de pessoas com mais de 65 anos deve ter um aumento acentuado.

“Deverá aumentar de 10% em 2022 para 16% em 2050. Espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais em todo o mundo seja mais do que o dobro do número de crianças com menos de cinco anos, e aproximadamente o mesmo que o número de crianças com menos de 12 anos”, relata o site das Nações Unidas no Brasil.

Isso significa que a população idosa será composta por cerca de 1,5 bilhão de indivíduos no mundo.

Além desse aumento, o relatório aponta que a taxa de fecundidade caiu acentuadamente nas últimas décadas. Atualmente, dois terços da população global vive em um local com uma média de fecundidade abaixo de 2,1 nascidos por mulher.

Esse é um dos motivos apontados pela professora Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) e líder do grupo de pesquisa “Saúde Pública e Envelhecimento”, para o aumento da população idosa.