O avanço do tempo ressalta o valor artístico da saudosa grande dama da televisão brasileira.
Passava do meio-dia do sábado, 29 de setembro de 2012, quando a vinheta do plantão do SBT Brasil interrompeu a programação. “Hebe Camargo morreu hoje de madrugada de parada cardiorrespiratória”, informou a repórter Patrícia Rocha. “A apresentadora Hebe Camargo lutava contra um câncer no peritônio e estava sob cuidados médicos. A rainha da televisão brasileira havia acabado de acertar a volta ao SBT.”
O retorno à emissora do coração, onde reinou por 24 anos (de abril de 1986 a dezembro de 2010), não foi concretizado, mas serviu como último presente para a grande dama da TV. Em suas últimas horas de vida, ela festejou a sonhada reestreia no canal onde se consagrou ao atingir o primeiro lugar de audiência várias vezes, superando a poderosa Globo. Não teve tempo de pisar novamente nos estúdios de Silvio Santos, porém deve ter partido feliz por pertencer novamente ao SBT, sua casa.
Muito antes de a doença que a matou surgir, uma pergunta tilintava no universo da televisão: quem será a futura Hebe? A apresentadora foi inúmeras vezes questionada a respeito. A imprensa insistia para que ela nomeasse uma sucessora. A estrela apontava talentos, dizia-se admiradora desta e daquela, mas nunca indicou oficialmente uma herdeira de seu microfone e do sofá. Na mídia, falou-se em Eliana, Marília Gabriela, Adriane Galisteu, Astrid Fontenelle, Patrícia Abravanel, Ana Hickmann.
A minissérie Hebe, que terá seu último episódio exibido nesta quinta-feira, dia 1, na Globo, fez os fãs antigos relembrarem e revelou às novas gerações que ela foi muito mais do que apresentadora de entretenimento. Fez-se uma das mais importantes vozes do País na luta contra preconceitos e a corrupção sistêmica na política. Enfrentou a Censura da ditadura militar e o corporativismo parlamentar na redemocratização. Mesmo sendo parte da elite e conservadora em alguns aspectos, deu imensurável contribuição a pautas progressistas.
Jamais, antes e depois dela, houve outra comunicadora tão destemida, ousada e engajada. Nem se viu em uma única apresentadora tamanha explosão de sentimentos diante das câmeras: da alegria marota ao choro de emoção ou revolta, da empatia à fúria em defesa do povo. Os arquivos de TV e os vídeos disponíveis na internet provam que o estilo, o humor e o discurso de Hebe Camargo não envelheceram. Mesmo ausente, a maior dama da comunicação brasileira continua relevante, inigualável, insubstituível. O trono está vazio, e pelo visto assim permanecerá.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |