Plano de Bolsonaro é fazer 73 naufrágios artificiais em PE

Além disso, governo quer liberar outros 47 locais para pesca esportiva; maior parte dos pontos está em Fernando de Noronha, em áreas de proteção ambiental

BRASÍLIA – Sem ter qualquer tipo de norma ambiental estabelecida, o governo pretende fazer 73 naufrágios artificiais nos principais pontos turísticos do litoral brasileiro, além de liberar mais 47 locais para pesca esportiva. A maior parte das localidades pretendidas é área de proteção ambiental, com regras rígidas de controle da biodiversidade. O arquipélago de Fernando de Noronha, no litoral de Pernambuco, é apenas uma das 15 localidades que estão no alvo de Bolsanaro.

Estado teve acesso a um documento interno da Marinha, que analisou cada uma das localidades pretendidas pelo governo. O documento, de 11 de fevereiro, é uma resposta à Secretaria de Turismo do Ministério do Meio Ambiente. A análise da Marinha não passa pelo impacto ambiental, limitando-se a avaliar se esses recifes artificiais poderiam interferir na segurança da navegação, levando a riscos barcos que passem pelo caminho.

A Marinha aprovou quase todos os locais de inundação pretendidos pelo governo. Nos casos em que verificou riscos, devido a fatores como baixa profundidade, por exemplo, a Marinha fez sugestões de outros pontos. Na prática, porém, todos os pedidos foram aprovados pela força.

Em Fernando de Noronha, em vez de 12 localidades, como disse o presidente da Embratur, Gilson Machado, foram analisados oito pontos para mergulho e outros oito para pesca esportiva. Além do arquipélago, a Marinha deu aval para instalação de recifes artificiais em mais duas localidades de Pernambuco, Porto de Galinhas (9 naufrágios) e Paulista (8 naufrágios).